É incrível, a força com que nos agarramos ao passado. Sinto-me tão ridícula, tão fraca. Por muito que os dias passem, e alguns deles não tenham rasto de ti, acabo sempre por voltar lá. Isto provoca uma mistura de sentimentos, cuja média podia ser a indiferença, mas é tudo menos isso.
E o pior é que esse passado nem sequer existiu. O que guardo na memória é a esperança de um passado, e não o passado. Ainda assim, esse passado inexistente marcou mais do que devia.
Não sei bem se é isto que me mantém viva ou se é isto que me mata. O que quer que seja, não me larga.
Não me sufoca, mas também não me alivia.
Passa tanta gente por nós, tanta gente interage connosco... Porque é que não nos podemos sentir completos com o bocadinho que cada uma dessas pessoas partilha connosco?
Faltas-me tu. E a verdade é que não sei se te quero, mas sei que me faltas.
Falta-me a tua verdade, por muita mentira que se inclua nessa verdade.
(Meu) Miudo sonhador.