Há uma raiva
em mim morta por sair, por explodir com todo o meu corpo e mente.
Este bicho
aumenta um bocadinho todos os dias e engole-me as entranhas.
Não me quer
fazer mal, só quer sair e brincar com a mente de todos os outros.
Por vezes
apanha a janela aberta e consegue espreitar, mas a janela é pequena demais.
Para sair terá que cavar um buraco por si próprio. E isso dói.
Recuso-me a
abrir-lhe mais a janela. Talvez por medo, talvez por vergonha. Não quero que
saia.
Devora-me, estilhaça-me,
destrói-me, corrói-me, e eu ajudo, com tudo o que tenho para dar.
Até ao dia em que não restar nada.